A pergunta celebrizada por Armando Baptista Bastos e relembrada em todos os aniversários de 25 de Abril de ‘74 foi adoptada no artigo de hoje. Para celebrar os 40 anos de democracia, o Breaking Marketing & Design quis perceber o papel do design na revolução dos cravos.
Como já aqui tem sido dito, caro leitor, o design nem sempre é planeado e consciente.
O ser-humano vê-se perante uma necessidade e, para atingir o objectivo
pretendido, recorre àquilo a que, actualmente, chamamos design. O baptismo do
design pode ser recente, mas a sua aplicação – mais ou menos rudimentar – já existe
há muito tempo, nomeadamente associada à comunicação.
Nos grandes momentos da história, a comunicação torna-se uma ferramenta e uma
arma. E, como já é sobejamente sabido, as armas podem ser usadas para o bem e
para o mal. Opiniões políticas à parte, aqui lhe deixamos, caro leitor, uma
galeria de cartazes que fizeram história, da propaganda do Estado Novo à
revolução democrática de 25 de Abril de 1974. Afinal, onde estava o design no
25 de Abril?
O primeiro conjunto de cartazes diz respeito ao período dos Estado Novo. A
propaganda do regime dedicava-se, sobretudo, a apelar ao voto, a relembrar a obra
feita pelo Estado Novo e a encorajar o racionamento de recursos.
Nos dias, semanas, meses e anos que sucederam a revolução de Abril,
multiplicaram-se os cartazes de celebração e de apelo ao voto e à união do povo
com o MFA, o Movimento das Forças Armadas.
40 anos depois, é assim que é representada a revolução de
Abril. Em plena Avenida de Berna, 15 de metros de muro da Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas foram intervencionados por quatro artistas da plataforma
Underdogs. Ao centro, o retrato de Salgueiro Maia, eternizado, a 25 de Abril de
1974, pelo fotojornalista Alfredo Cunha. Abaixo emergem os punhos cerrados do
povo exibindo as cores da bandeira nacional. À esquerda de Salgueiro Maia, o “pré-25
de Abril”, representado num escudo de Portugal entre ossos e correntes. À
direita, o “pós-25 de Abril”, representado num coração e duas armas G3 com os
canos dobrados para baixo. As interpretações do trabalho destes street artists ficam ao critério do caro
leitor.
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