Bom design é invisível




Caro leitor, já aqui foi dito que falar de design é falar da relação do ser humano com tudo o que o rodeia. Ainda assim, apesar de estarmos rodeados de design, não damos por nós a passear na rua e a pensar “olha, ali vai design!”.
O design não “grita” e nem sempre se “exibe” de forma óbvia perante nós. Se assim fosse, seríamos vítimas de uma constante disrupção e a disrupção – com todo o mérito que tem –, quando é constante, é chata.  É essa a ideia que se pretende defender quando se diz: “bom design é invisível”. A frase – que não é minha, caro leitor – já foi proferida por diversos designers e comunicadores e não pretende fazer juízos de valor sobre o que é ou não “bom” design, mas antes aludir à subtileza do “design thinking”. 
“Então se o design é invisível, por que razão somos nós atraídos por anúncios, embalagens, etc.?!”, instará o leitor. É uma boa questão, caro leitor. Entenda-se que a estética – num sentido lato – é apenas uma das vertentes do design. É o invólucro visível de um processo intricado. E, apesar de visível, a própria estética nem sempre é assim tão discernível, uma vez que muitos dos estímulos que recebemos no quotidiano são de tal maneira subliminares que não nos apercebemos, de forma realmente consciente, que estamos a ser atraídos por este ou aquele produto, ou alertados por este ou aquele anúncio, infografia ou demais estimulações imagéticas. 
Palavreado bonito, caro leitor, para dizer algo simples: até certo nível, somos manipulados pelo design. No entanto, e acima de tudo, é o ser humano que manipula o design. Do designer ao empregado de escritório, todos desempenhamos um papel no desenho ou “re-desenho” do mundo à nossa volta em função das nossas necessidades, particularmente, em função das nossas necessidades comunicacionais. E não, caro leitor, enquanto o fazemos não pensamos “olha, isto é design!”.
Agora que já escrevi mais do que aquilo que o leitor queria ler, devo confessar o seguinte: o design não se explica, mostra-se! Foi com esse intuito que a Pivot Dublin, a organização por detrás da candidatura de Dublin a Capital Mundial do Design 2014, criou um vídeo que procura mostrar a prevalência do design no dia-a-dia. A curta-metragem, da autoria de John Kelly e Scott Burnett, faz uso de formas geométricas simples para retratar um dia na vida de uma família comum. As personagens são confrontadas com diversas manifestações do “design thinking” e, enquanto algumas delas (a personagem da filha, por exemplo) assumem o controlo, outras (a personagem do pai, por exemplo) parecem surpreendidas pela diversidade do design ao seu redor. O melhor mesmo, caro leitor, é ver o vídeo... 



Texto: Luís Lima
Fotografia: Direitos Reservados

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